Na localidade de Coina, durante uma ação de vigilância, os militares detetaram movimentações suspeitas por parte de dois indivíduos, um homem, de 34 anos, e uma mulher, de 56 anos, os quais se encontravam a descarregar, dos seus veículos para o interior de um armazém, amêijoa-japonesa (ruitapes phillipinarum). Os militares de imediato abordaram o local, tendo verificado que se tratava de um armazém, onde se procedia à depuração ilegal de bivalves.
A amêijoa-japonesa tem obrigatoriamente de ser colocada num centro de depuração licenciado para o efeito, sendo este um estabelecimento que dispõe de tanques alimentados por água do mar limpa, nos quais os moluscos bivalves vivos são colocados durante o tempo necessário para reduzir a contaminação, de forma a torná-los próprios para consumo humano. Após este processo são encaminhados para um centro de expedição, para poderem ser colocados à venda no mercado, onde é garantida a qualidade do acondicionamento, da calibragem e da embalagem dos bivalves, evitando a sua contaminação.
Desta ação resultou a apreensão de 854 quilos de amêijoa-japonesa, que se encontravam na posse do homem, e de 158 quilos, que estavam na posse da mulher, totalizando um valor comercial estimado em 9 mil euros. Foram elaborados os respetivos autos de notícia por contraordenação, por falta de documentação e por se desconhecer a origem dos bivalves, sendo os mesmos devolvidos ao seu habitat natural.
Esta ação contou ainda com o empenhamento do Destacamento Territorial do Montijo e do Destacamento de Intervenção de Setúbal.
Numa outra fiscalização de âmbito rodoviário, direcionada para o controlo da atividade ilegal de apanha de bivalves em zonas interditas, os militares detetaram um homem, de 37 anos, a transportar os bivalves da espécie venus verrucosa, vulgarmente conhecida como pé-de-burro, com um valor estimado de 4 800 euros.
Os bivalves foram apreendidos, uma vez que a sua apanha está interdita no Estuário do Tejo, devido à possibilidade da conterem quantidades elevadas de toxinas, o que pode colocar em causa a saúde pública, caso sejam introduzidos no consumo.
Foi elaborado o respetivo auto de notícia por contraordenação e os bivalves, por ainda se encontrarem vivos, foram devolvidos ao seu habitat natural.