No âmbito de uma ação de fiscalização a um estabelecimento de exploração de culturas marinhas, os militares detetaram diversos tanques que continham meixão vivo, estando equipados com sistema de oxigenação de água para manter os espécimes vivos. O responsável da exploração, um homem de 51 anos, não apresentou qualquer documento que comprovasse a origem legal do meixão, tendo o mesmo sido apreendido, a par do diverso equipamento de manutenção.
Os 46 quilos de meixão apreendidos, com um valor estimado de 23 mil euros no mercado nacional, pode, no mercado final (países europeus e asiáticos), atingir o valor de 345 mil euros. Foi elaborado um auto de notícia para o Tribunal da Comarca do Baixo Vouga – Aveiro, pelo crime de danos contra a natureza.
Sendo uma espécie protegida, o seu transporte e detenção carece de um certificado de acompanhamento CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) e de registo obrigatório no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
A GNR sublinha que a enguia europeia (anguilla anguilla), que na fase larvar é conhecida por meixão, é uma espécie considerada em perigo e que tem sofrido grande redução no número de efetivos em razão da pesca ilegal, impedindo desta forma o normal ciclo de reprodução, colocando em causa a sustentabilidade da mesma.