No âmbito de uma investigação por violência doméstica, os militares da Guarda apuraram que o suspeito, ao longo de 11 anos, manteve uma relação com a vítima, sua ex-companheira de 30 anos, tendo existido diversos episódios de violência física e ameaças por parte do agressor que, movido por ciúmes, passou a controlar diariamente as suas rotinas. Os comportamentos agressivos e obsessivos do suspeito tiveram um escalar de violência, sujeitando a vítima a ofensas físicas e verbais, chegando a retirar-lhe o telemóvel para controlar os seus conteúdos e para a impedir de solicitar auxílio. Num dos últimos episódios de violência, o homem agrediu violentamente a vítima, deixando-a com várias dores e hematomas no corpo. Após solicitação de transporte a uma unidade hospitalar, para observações, o agressor recusou a prestar-lhe auxílio, fechando-a na habitação, impedindo-a de pedir ajuda e privando-a até das necessidades básicas de comida e de higiene pessoal. Num outro episódio de violência, a vítima, indefesa, era sujeita a violência sexual, contra a sua vontade.
Perante os factos, o suspeito, com antecedentes criminais pelo crime de desobediência, foi detido e presente a primeiro interrogatório, ontem, dia 15 de abril, no Tribunal de Instrução Criminal de Penafiel, onde lhe foram aplicadas as medidas de coação de obrigação de não contactar a vítima e de não se aproximar da mesma, obrigação de se sujeitar a avaliação e tratamento clínico/médico ao consumo de bebidas alcoólicas e obrigação de não adquirir nem usar armas de fogo.