Esta investigação, que decorreu ao longo de aproximadamente 18 meses, foi designada de Operação “FUST” (GNR e GC) e Operação “MARTINA” (CNP e DAVA) e permitiu identificar uma rede criminosa com ligações internacionais, especialmente dentro da União Europeia. Esta operação revelou que a rede criminosa dispunha de importantes infraestruturas logísticas em várias cidades espanholas, como Écija, Burgos, Valladolid, Madrid, Guadalajara, Salamanca e Zamora, bem como em diversos distritos portugueses Aveiro, Leiria, Lisboa, Portalegre e Setúbal. Nos últimos meses da investigação, foi ainda possível apurar-se que a organização já se tinha expandido para França.
A investigação revelou que os membros da organização alugavam reboques para transportar folha de tabaco adquirida em Itália, que, ao chegar a Espanha, era submetida a um processo de corte, secagem, embalagem e preparação para distribuição. A distribuição do tabaco era feita através de carrinhas alugadas, com destino a Portugal, e por empresas de transporte de encomendas, para entrega em diferentes províncias espanholas. Como medida para dificultar a deteção das autoridades, os locais de armazenamento eram utilizados apenas durante dois a três dias, sendo depois rapidamente desativados.
Adicionalmente, a organização recorria ao uso de criptomoedas como método para branqueamento de capitais, para ocultação dos lucros ilícitos obtidos através do contrabando de tabaco.
No decorrer desta operação, foram identificados todos os membros da organização, tendo sido detidas nove pessoas de diferentes nacionalidades pelos crimes de contrabando, participação em organização criminosa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal.
No âmbito da investigação, foram ainda realizadas 56 buscas em diferentes localidades de Portugal e Espanha, incluindo residências, quintas, armazéns industriais e armazéns logísticos, situados nos distritos de Aveiro, Leiria, Lisboa, Portalegre e Setúbal, em Portugal, e nas províncias de Salamanca, Zamora e Madrid, em Espanha.
No decorrer da investigação, foi ainda possível apreender o seguinte material:
Em Portugal, os factos foram remetidos para o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra.