No âmbito da Operação “Safra Justa”, desencadeada na manhã de hoje, 25 de novembro de 2025, pela Polícia Judiciária e na qual foram detidos dez militares da Guarda Nacional Republicana por suspeitas de envolvimento em práticas ilícitas, vem o Comando da Guarda dar nota do seguinte: A Polícia Judiciária contou com a total colaboração e suporte da Guarda Nacional Republicana, na efetivação das detenções e apresentação dos detidos a primeiro interrogatório judicial.
Já foram desenvolvidas as necessárias diligências de coordenação entre a Guarda Nacional Republicana e a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), assumindo esta Inspeção-Geral a instrução dos respetivos processos de âmbito administrativo e/ou disciplinar.
Atenta a presunção de inocência que é necessário salvaguardar a todo o tempo, e tendo em conta que o respetivo processo crime se encontra em segredo de justiça, não é do conhecimento do Comando da Guarda quais os ilícitos criminais, em concreto, que os seus militares poderão ter cometido.
Contudo, e segundo o recente comunicado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os militares da Guarda “(…) a troco de compensação económica – fora das respetivas competências profissionais e infringindo os deveres a que estão obrigados em razão do exercício de funções públicas –, têm exercido o controlo e vigilância dos trabalhadores estrangeiros. Estes suspeitos ameaçavam ainda aqueles cidadãos, dando-lhes a entender que a queixa às autoridades não seria uma alternativa viável para reagir aos abusos de que foram e/ou estão a ser alvo”.
Confirmando-se as suspeitas que levaram à sua detenção, com práticas violadoras dos mais elementares princípios e valores que ditam a conduta dos militares da Guarda enquanto servidores da Lei, a Guarda Nacional Republicana tudo fará para que os autores sejam criminalmente responsabilizados, colaborando com todo o empenho e lealdade, com o Ministério Público e com a Polícia Judiciária.
Na Guarda Nacional Republicana não há lugar para pessoas cujo comportamento possa corromper o compromisso de honra e exemplaridade ética que nos guia e que assumimos perante a sociedade e os cidadãos que servimos.
Por último, a Guarda reitera o total repúdio em relação a quaisquer atos que ponham em causa os direitos humanos, a dignidade das pessoas e o bom nome de todos os seus militares e civis, Mulheres e Homens que, diariamente e de forma abnegada, servem Portugal e os Portugueses.