A Guarda Nacional Republicana e a Guardia Civil cooperam para combater a estrutura logística de apoio ao tráfico internacional de estupefacientes por via marítima da Península Ibérica.
A GNR e a Guardia Civil de Espanha coordenaram um dispositivo contra a criminalidade transfronteiriça, especialmente no que se refere ao narcotráfico e ao apoio logístico que partilham um mesmo contexto nas zonas limítrofes entre o sul de Portugal e a província de Huelva.
A Operação “Diana”, que decorreu durante três semanas no mês de novembro e que será mantida no ativo, responde ao aumento das ações coordenadas com o país vizinho. O dispositivo foi criado devido à pressão policial exercida na zona de Gibraltar, que obrigou as organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico a modificar o seu modus operandi e os locais de descarga da droga, deslocando-se para a fronteira entre os dois países, que coincide com o leito do rio Guadiana.
A posição fronteiriça deste rio, assim como os múltiplos canais que dele saem, foram considerados pelas organizações criminosas como uma oportunidade para efetuar descargas, utilizando embarcações semirrígidas de grande potência e cilindrada, tentando assim fugir ao controlo no Campo de Gibraltar.
A GNR e a Guardia Civil comprometeram-se a reforçar e facilitar uma coordenação contínua para combater esta ameaça, através de um dispositivo policial nas regiões transfronteiriças por terra, mar e ar, garantindo desta forma a segurança pública, a vigilância e o controlo da segurança rodoviária, permitindo ainda um intercâmbio de informação entre ambos os dois corpos de polícia.
Durante estas semanas, a operação teve uma presença particularmente relevante nas zonas portuguesas do Algarve e em vários municípios da província de Huelva, intensificando a vigilância com um reforço significativo de militares da GNR e da Guardia Civil.
A operação terminou na terça-feira, 25 de novembro, e foram realizados mais de 200 pontos de controlo de verificação em diferentes vias de comunicação, controlados mais de 400 veículos e identificadas mais de 900 pessoas. O resultado do dispositivo intensivo foi positivo, com um total de 15 pessoas detidas e a apreensão de 1.509 quilos de haxixe, 36.800 litros de combustível, 36 embarcações - das quais nove são embarcações rápidas com motores de alta velocidade, 13 veículos e uma arma de fogo, além de 98 autos de contraordenação elaborados.
O aumento da presença policial e da coordenação entre as forças permitiu travar significativamente a atividade ilícita destas organizações nas zonas transfronteiriças, tanto no que diz respeito ao narcotráfico como às atividades logísticas associadas, como a mudança de tripulações ou o fornecimento de mantimentos e material.
Este foi o primeiro dispositivo conjunto, mas manter-se-á no tempo, através do planeamento de novas operações em ambos os lados da fronteira, com o objetivo de manter a pressão sobre o crime organizado e consolidar a cooperação entre os dois países, reforçando assim a segurança pública.
Do lado português, participou na Operação a GNR, através da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), dos Comandos Territoriais de Faro e de Beja, e da Secção de Investigação Criminal do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE). A GNR contou, ainda, com a participação da Força Aérea Portuguesa.
Do lado espanhol, realizando controlos e vigilância por terra - com agentes de Seguridad Ciudadana, COS, GAR, ARS, USECIC, Policía Judicial, EDOA e CRAIN; por mar - com o Servicio Marítimo Provincial de Huelva e o Grupo Marítimo del Estrecho (e Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras); e por ar - com as equipas PEGASO, SAER e Servicio Aéreo.