GNR

Unidade de Emergência de Proteção e Socorro


A Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) tem três Grupos, divididos por oito Companhias de Intervenção de Proteção e Socorro, por quatro Companhias de Ataque Estendido (CATE) e uma Companhia de Especialidades, estando presentes nos 18 distritos de Portugal continental.

Companhia de Intervenção de Proteção e Socorro

  • ­Intervenção helitransportada de combate a incêndios florestais

Consiste em efetuar primeira intervenção em incêndios nascentes, fazendo-se deslocar de helicóptero (ligeiro ou médio) para ao teatro de operações, após o despacho do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS), o qual não deve exceder dois minutos, após conhecida a localização do incêndio. Esta equipa helitransportada, ou secção para o caso de meio aéreo médio, é constituída por cinco, oito ou doze militares respetivamente, e está equipada com material sapador para efetuar combate direto. É através desta equipa/secção que é estabelecida a ligação terra-ar, ou seja, entre o Comandante das Operações de Socorro (COS) do incêndio e o piloto comandante do meio aéreo. A equipa/secção e o meio aéreo são elementos indissociáveis durante todo o tempo de operação.

  • ­Intervenção terrestre de combate a Incêndios Florestais

Consiste no combate a incêndios florestais por uma Equipa de Intervenção de Proteção e Socorro (quatro militares), que se faz deslocar com uma viatura ligeira de combate a incêndios florestais (VLCI). Esta equipa, além da viatura que possui cerca de 500 litros de água, dispõe ainda de material sapador para combate direto e combate indireto. Em regra, estas equipas de intervenção terrestre são empenhadas em ações de primeira intervenção em incêndios nascentes, em apoio à equipa helitransportada. Porém, quando solicitado, podem ser empenhadas em ataque ampliado em incêndios de maiores dimensões.

  • Ataque Estendido

Consiste numa intervenção reforçada em recursos materiais e em competências técnicas, em situação de incêndio que não tenha sido considerado dominado até 90 minutos desde a primeira intervenção, ou a qualquer momento se a análise prospetiva de apoio à decisão atenta a morfologia, vegetação e meteorologia locais, bem como a informação histórica e outros elementos de análise fizerem prever dificuldade no domínio do fogo. Este processo de combate implica a setorização, o eventual reforço com peritos e possibilidade de empenhamento diferenciado de meios para contenção da evolução perimetral do incêndio em meio rural e para proteção pontual de infraestruturas expostas ao incêndio. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANPC) refere que o início do ataque ampliado (ATA) é garantido “sempre que atingidos os primeiros 90 minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ataque inicial (ATI), e o incêndio não tenha sido dado ainda como dominado (em resolução).”. A UEPS, com a sua capacidade de ATA, pode intervir em qualquer parte do território nacional perante incêndios florestais de elevada complexidade e de grandes dimensões, onde possam estar em risco a integridade de pessoas e seus bens, constituindo-se como uma Força de Reserva de âmbito nacional.

  • Companhia de Especialidades

É constituída pelas especialidades de Busca e Resgate em Montanha (BRM), Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC), Busca e Resgate em Ambientes Contaminados (BRAC), Busca e Resgate em Ambientes Aquáticos (BRAA). As especialidades (assim designadas dada a sua natureza específica) variam em número de efetivos e meios ao seu dispor de acordo com a tipologia da sua missão especifica. Existem depois várias subespecializações, variantes dos grupos acima referidos, que constituem células de uso de Sistemas de Informação e “Remotely Piloted Aerial Systems” e Células de análise e uso do fogo.

  • Busca de pessoas desaparecidas

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro, guarnecidas por uma VLCI e demais equipamento necessário, com vista a apoiar as forças presentes no local. A busca é efetuada de forma metódica e sistemática, com base nas informações recolhidas e normalmente sob a coordenação do Comando Territorial com jurisdição naquela área.

  • Intervenções diversas de proteção e socorro em inundações

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro, normalmente por solicitação do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS), para apoio a situações de cheias e inundações, desobstrução de cursos de água e apoio nas ações de minimização de danos decorrentes de chuvas e intempéries. Estas equipas, além da VLCI, dispõem, de material sapador e motobomba do kit de primeira intervenção, com capacidade de sucção.

  • Intervenções diversas de proteção e socorro em ambiente de neve

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro (EIPS) em ações de apoio a condutores em situações de vias interditas ou condicionadas pelo efeito da queda de neve. Estas EIPS são empenhadas muitas vezes em coordenação com os Comandos Territoriais, assim como com as concessionárias das estradas, na regularização de trânsito e resolução de pequenos despistes.

  • Intervenções diversas de proteção e socorro perante condições meteorológicas adversas (desobstrução de vias, desempanagem de viaturas, etc.)

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro em ações de apoio aos condutores no caso de desempanagem de viaturas ou aconselhamento nos cuidados a ter em conta durante a condução sob condições meteorológicas adversas, assim como corte de árvores, limpeza de vias, ou outras ações similares. Estas EIPS, além da VLCI, dispõem de material sapador, assim como motosserra e moto-guincho.

  • Patrulhamento Florestal

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro em ações de patrulhamento em espaços rurais ou florestais, tendo como principais missões o reconhecimento de caminhos florestais, aldeias ou habitações isoladas, reconhecimentos de pontos de água, assim como ações gerais de policiamento de proximidade e fiscalização policial.

  • Realização de ações de esclarecimento e sensibilização de outras entidades e da população em geral

Consiste no desenvolvimento de ações com o intuito de despertar consciências para a problemática dos incêndios florestais e para a adoção de condutas de respeito pela natureza e pelo ambiente, contribuindo deste modo para a redução de comportamentos críticos por parte da população. Estas ações são normalmente direcionadas para a comunidade escolar e para a comunidade em geral através do apoio das Juntas de Freguesia e/ou outras entidades.

  • Participação em demonstrações ou eventos públicos

Consiste em levar a cabo ações que viam essencialmente dar a conhecer a especialidade e, acima de tudo, transmitir à população em geral a sua vertente “security” através de demonstrações de meios e capacidades à comunidade escolar ou outras entidades. Exemplo disso é a participação em plastrons dirigidas à comunidade escolar, demonstrações para outras entidades ou organismos, participação no Dia da Defesa Nacional, comemorações do dia da árvore ou da floresta autóctone, participação em ações de reflorestação, entre outras.

  • Realização de ações de fiscalização no âmbito do DL 124/2006

Consiste no empenhamento das EIPS de patrulhamento florestal, em ações de fiscalização das normas constantes na legislação ambiental, fundamentalmente no Decreto-Lei n.º 124/2006, com as recentes alterações impostas pelo Decreto-Lei n.º 83/2014. Sendo este um diploma legal direcionado para a defesa da floresta contra incêndios, tendo sido estabelecido como um dos principais objetivos para a UEPS, a verificação do cumprimento das disposições legais impostas pelo referido normativo legal, levando a cabo para o efeito, a concretização do Plano de Fiscalização Preventiva, no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios.

  • Reforço Policial ao dispositivo Territorial com Forças de Intervenção Rápida

Consiste no empenhamento de Equipas de Intervenção de Proteção e Socorro em ações de apoio ao dispositivo territorial, sempre que solicitado, principalmente para ações de buscas domiciliárias, operações de fiscalização, ações de patrulhamento em eventos de grande concentração populacional, assim como ações de prevenção à criminalidade. Nestas situações, as EIPS atuam sob o controlo operacional do Comando Territorial requerente.

  • Proteção e segurança a eventos desportivos

Consiste no empenhamento de EIPS em apoio ao policiamento de espetáculos desportivos ou outros locais de grande concentração populacional devido a esse evento, como por exemplo policiamento em estádios de futebol, áreas de serviço, entre outros.

  • Instrução de atualização e cursos de qualificação

Consiste na transmissão e aperfeiçoamento de conhecimentos a todos os militares que integram a especialidade. Tendo em conta o rigor e a exigência da missão, além da componente técnica, é dada especial importância à condição física de todos os militares, visto ser o fator humano aquele que é considerado como o fator primordial do Grupo.

  • Apoio em missões específicas a outras entidades

Consiste no aproveitamento das capacidades técnicas e material para prestação de apoio a outras entidades em missões específicas, tais como remoção de objetos em locais de difícil acesso, colaboração na requalificação ou melhoria de instalações ou estruturas de apoio, prestação de apoio na destruição de ninhos de vespa velutina, entre outras.

  • Execução de Fogo Controlado

Consiste no empenhamento de EIPS na realização de ações de fogo controlado. Estas ações são elaboradas em apoio ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e estão previamente definidas em Plano próprio, aprovado em sede de Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Estas ações, além da vertente da prevenção de grandes incêndios, é vista como uma mais-valia na formação contínua dos militares.